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sábado, 4 de junho de 2016

Nua



Vede meu amor, como a noite
que de acanho fecha os olhos.
"Vede meu amor, pelas frestas-
de teus desejos, podes me olhar."

Taciturna noite, espreita-nos
como se nos vestisse, à sua vergonha,
de se entregar ao luar...

Quem se cobriu  ao olhar inócuo,
de quem ama?
Ou se despiu, para aquecer-te
nessas chamas?

"Como andam os ventos desnudando, durante o inverno?"
Derrubando folhas, e as espalhando pelo chão...

Insanamente pura, é sem reservas 
ele se despia,  caminhando em minha direção...
 
Retrocedemos o tempo, as noites e os dias.
"Apenas nós dois sem o sol ou a lua!"

"Não havia mais nada há nossa volta,
nem mesmo o pecado, sequer existia"...

Apenas o amor, 
é este minha amada, é uma palavra nua...

Escrita nas linhas do teu corpo.
 


(Lourisvaldo Lopes da Silva)

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