Vede meu amor, como a noite
que de acanho fecha os olhos.
"Vede meu amor, pelas frestas-
de teus desejos, podes me olhar."
Taciturna noite, espreita-nos
como se nos vestisse, à sua vergonha,
de se entregar ao luar...
Quem se cobriu ao olhar inócuo,
de quem ama?
Ou se despiu, para aquecer-te
nessas chamas?
"Como andam os ventos desnudando, durante o inverno?"
Derrubando folhas, e as espalhando pelo chão...
Insanamente pura, é sem reservas
ele se despia, caminhando em minha direção...
Retrocedemos o tempo, as noites e os dias.
"Apenas nós dois sem o sol ou a lua!"
"Não havia mais nada há nossa volta,
nem mesmo o pecado, sequer existia"...
Apenas o amor,
é este minha amada, é uma palavra nua...
Escrita nas linhas do teu corpo.
(Lourisvaldo Lopes da Silva)
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