Não me disseram nada
nem sequer indiferente eu ouviria
Mesmo q'fossem gritos
Ou passos curtos na escada
Tanto fiz que não me importa
a tenacidade da porfia.
Algo me falta, omisso
com a mão que levo a porta...
Após ultrapassar mais vazio
chego
A revolta do ar me culpa
as cortinas lembram-te acenando.
O sol apenas ronda
e os raios perseguem meus medos.
"Não me disseram, bela
que assombras a distância
e que a tua falta aprisiona
o olhar que te espera"
As paredes desertas
em meu quarto
me abraçam.
Até mesmo o tempo
parece me olhar...
Como a lua q'sonha no deserto
com nossas pegadas na areia do mar.
Teus pés descalços
me marcaram...
Caminhava calma
sinto falta das tuas surpresas
Escondendo o teu rosto
com as mãos...
Nos vãos de teus pequenos dedos
e no segredo de teus longos cabelos.
Hoje procuro-te
Como a luz escura
de uma solidão pela manha.
Nem sequer me importo
que seja noite ou seja dia...
Nenhum destes
existem sem ti:
O dia porque não quero
a noite, porque eu te espero.
O sol porque não me aquece
A lua, porque me esqueces
O quarto porque está sombrio
é eu, por estar sozinho e vazio.
(Lourisvaldo Lopes da Silva)
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