Heróis
Tenebrosas rochas feriram a terra vermelha
Trevas sondavam livres entre os sonhos
O mar se encontra revolto em dores bravi'as
E as poucas flores vivas, pouco se aconselham
A posteridade dos poetas d'scansa em um silencio medonho
Oráculos são loucos e prenunciam poesias.
O coração da alma fez-se mortal
E a luz dos sentimentos pesadelos
A lua é grande mas não tem brilho
Um diluvio d'lagrimas anuncia o final
Um fio de amor vale mais q'um mundo em desespero
E dez sóis não clareiam como o teu sorriso
A solidão não consegue deter os apaixonados
E a saudade não correspondida foi substituida
A confiança se despiu do medo, e se vestiu para a guerra
A rocha imensa pelo caminho foi escalada
A escuridão não é maior que a solicitude da vida
Quem ama não tem medo de quimeras
Arqueiros maliciosos fazem chover flechas
As mentiras menores dão vida as decepções
E com as maiores carregam os canhões.
A selvageria do instinto habilita as feras
Uma mulher sozinha sonha na madrugada
Do outro lado um homem acorda
No mesmo momento, anjos travam árdua batalha
A vida não morre, e o sentimento não dorme
Quando os mortais se calam
"A espada de luz está armada!"
Em um braço forte, o amor não falha.
Rasga este véu maldito
Que escondes de mim o teu rosto
A mascara do medo que atrai
É este teu olhar bonito
O amor reconstrói um mundo novo
Se houve trevas? Não me lembro mais...
Neste mundo frio
a chama ainda arde em nós!
Heróis.
(Lourisvaldo Lopes da Silva)
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