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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Elegia (Âmago divino)

 


Cantigas de mim fugiram, acima
D'alma impávida cancela 
Versos petizes amadurecem
O coração que ruge me espera

No corpo reles, um colosso 
De dores tal se aglomera
Quando soluçam os cânticos 
Nas campanas choram orquestras

Haver'às ali abraços azuis 
Na maciez da fé caminha
A esmera esperança canta
As nuvens brancas são minhas

Meu paraíso dormente sofre 
Na antiguidade d'meu testamento
Qual sangue cansado não grita?
Bazófias alardam meu sofrimento   

Meu pai vem do ermo sol
Cujas estrelas me são irmãs
Não deixar-me-á sozinho aqui
(Um anjo me viu chorar pela manhã)   
      
Quanta estigma, escorre em meu leito

Cuja mácula cresce embrumada
Fervente'ia  patrício, petiz em fulgor
Chegar ao céu com tua escada

Cinzas empoeiradas cobrem veredas 
Bebe-te até teu ultimo gole 
As sobras da noite engolem auroras 
A lúcida escuridão nunca dorme 

Quando cessam as forças das flechas
Os arcos do céu são coloridos
Molha-te nas cores todas luzente!
Os langores feridos se refrescam   

Um trovador de lua nova se aproxima
Para acercar-se da fértil moenda
Quantos versos se condensam 
Quando o silencio espreita a senda   
   
Abra bem os braços céus retumbantes
A alma é lira, desafinada  anciã
O solo fecha a boca acanhado
(Um anjo me viu chorar pela manhã)

Um esqueleto oculto sustenta o corpo
Que se protege por d'trás  d'um coração   
Os dias vão leves aos ventos rudes
Sonhos de Morfeu, são para noites d'solidão 


Minha amada, vida esbanja
As rimas de luas mortas
Por que te afagas tristes assim
D'ste céu estás as portas.



(Lourisvaldo Lopes da Silva)

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