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domingo, 22 de janeiro de 2017

(Romance) "O medo de Beatriz."






Ela estava sendo sincera ao fazer essa pergunta;
―Quê tens a dar-me como garantia que teu amor é verdadeiro?
―A única prova que posso te dar existe  passado!
"Somente ele, poderá confirmar o quanto a amo."

(Ela queria apenas ter a certeza, que seria correspondida
por quem ela entregasse-lhe seu amor)

Então ela, voltou no tempo e buscou em meio às suas lembranças,
agora procurava encontrar provas deste amor que ele dizia sentir por ela.
Desde quando, era adolescente ela se recordou,
só que dessa vez, estava muito mais atenta aos detalhes quê havia perdido.

Em suas recordações...

"Ele estava lá, na sua festa de quinze anos.
Se lembrou das piadas, de alguns amigos,
que apontavam para ele e diziam;
Sem chance, amigo! Só se for por milagres."

E de ouvir ele respondendo; ―Já fiz a promessa!
(Só que ela não sabia que o motivo era ela)

Ele estava presente na noite de réveillon de seus dezoito anos.
Noite em que ela foi pedida em casamento.
Lembrou-se de vê-lo saindo, e não sabia porque ele estava triste.
 
Ele sonhava muito, e relatava a todos como seria a sua primeira casa,
por coincidência (ela se lembrava dessa parte)
Por a casa que ele sonhava era semelhante a dos sonhos dela,
nem sequer desconfiava, mas foi em algum lugar que ele, a escutou.

No casamento, ele foi visto sozinho,
sentado no banco da praça em frente a igreja.
Mas ela estava tão feliz, recém casada.
Nem sequer notará, em seus olhos o triste brilho.

Aquele buquê, quê sem assinatura estava no quarto,
quando ela voltou da sala de parto.
Apenas dizia, "Desejo-te toda a felicidade do mundo!" Adeus.
Então era dele a silhueta, quê pelos corredores se perdia.
Naquele dia estava de mudança para outro estado.

Depois de algum tempo...

Um dia ela acordou pela manhã,
e percebeu quê a casa estava vazia.
Foi ao quarto do seu filho desesperada,
mas ele estava dormindo. E no berço estava um bilhete que dizia;
Não te amo, como imaginava me perdoe. Adeus.

Ela chorou por horas o seu abandono,
e decidiu viver sozinha.
E pôr algum tempo resistiu,
mas o tempo vence pelo cansaço
e o corpo algumas vezes se rende, 
é quase impossível vivermos sem carinho, prazeres e afagos.

Infelizmente tudo volta a se repetir, na vida dela
em outros relacionamentos.

(Destes ele não estava perto)


Quando ela decidiu, a ninguém mais se entregar. 
Ele não estava lá, e de seu amor ela não sabia.
 
Ele imaginava quê ela estava muito feliz,
até quê um dia chega até ele essa notícia

―Não teve sorte no amor, Beatriz! (Um bom amigo sabe abrir brechas)
―Como assim não teve sorte no amor? Me explica isso amigo!
(Quem ama de verdade pela felicidade de quem ama tem pressa)

―Pois é meu amigo, teu amor da juventude,
foi abandonada pelo primeiro marido juntamente com o seu filho.
E foi traída diversas vezes, no que ela mesmo diz;

"Traída por mim mesma! Ela se culpa pelas escolhas erradas,
e fez juramento de nunca mais se apaixonar."
Para que não voltasse a sofrer tamanha dor,
herança amarga, que resta do que se acredita ser amor.

Se ele aceitasse que ela terminasse a vida assim sozinha,
nunca iria se perdoar. Retornou a sua cidade natal, para tentar
viver o seu único, verdadeiro e primeiro amor.

Ela ficou feliz ao reencontra-lo, pois o tinha como um bom amigo.
Mas ele não era mais, aquele tímido rapaz de Amar escondido.

Logo que se abriu com ela, ela o afastou,
temendo ser ele apenas mais um
daqueles rios criados pela chuva, que tem força em suas correntezas
mas logo passa, é apenas questão de tempo.
Isso ela não queria, e era essa a sua única certeza!

―Não esperava isso de ti! (disse ela decepcionada)
"Mas ele não estava disposto a desistir. Por nada!"
Depois de algum tempo de insistentes cortejos e declarações,
ela decidiu, pedir a ele provas do amor que dizia sentir por ela.
Precisava saber se ele estava sendo sincero.

Assim surgiu, o enlace que se iniciou no começo deste romance.
E foi se revelando até chegar aqui;

―E agora Beatriz, acreditas em mim?

"Quem pode desmentir o tempo?
Só pode chegar tão longe, quem carrega um verdadeiro sentimento."

E o amor pode curar feridas da alma em menos de um segundo,
Ela chorou muito antes de responder, novamente sentiu desejo de ser feliz.
E se este amor, não fosse verdadeiro, não existiria mais amor, neste mundo.



A certeza, é diferente de tudo que conhecemos
nela não existe falhas, não existe temores e nem dúvidas!
Aquele primeiro beijo, seguido do mais seguro abraço,
que foi o responsável por esse final feliz.

Foram-se os medos de Beatriz.

Fim.







(Lourisvaldo Lopes da Silva)

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