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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

(Romance) Três vezes no Paraíso



─CAPÍTULO  I  (A voz do ultimo lobo)

__Condolências haviam sido desprezadas, pelo arredio desfiladeiro fantasma..
...'Que tão bem fingira logo a minha frente)
-Que potente morto! Ei-lo! Quem recusaria a este um suspiro?
...Inda prestes o roto, que quase gélido ao pálido ar embranquecia.

Sagaz é sutil em artimanhas, entre o receiar descompassado,
de seus cascos dava para se ouvir, deste indolente, mazelas fingidas.
Estava mesmo relinchando sussurros pasmos, que a noite breve cairia.
Mesmo conhecendo dos campos a tenebra, e das montanhas do norte
a penumbra,  meu cavalo negro de olhos inflamados sentia medo.

   __Uma centopeia de incontáveis labirintos se abria,
entrincheiradas gigantes pedras, se dispunham nas pequenas entradas
ocultando estreitas passagens que se perdiam no breu.

Sendo o relento confortável leito diante das estrelas,
já estava quase parando, quando ouvi sons de vozes misturadas
(únicas a se ousarem) "N'ste lugar nada poderia existir...?"

Uma sombra quase sem cor de um lobo, passa por nós desesperada!
Seguida pelos ecos de um forte estampido! Q'demora alguns segundos até se calar.     
 E na mesma direção pela qual fugira o lobo,
vinha se arrastando quase sem forças um uivado triste e pesaroso,
que no espesso negrume da noite se apoiava entre os bulcões.

Essa parecia ter alcançado o seu fim logo que chegara em meus ouvidos. 
    "E por um momento pensei  ter ouvido d'ste efêmero rogo
uma ultima palavra; "Fuja..."

 Me adentrei na próxima fenda que dividia a montanha,
(não seria bom prosseguir por essa noite)
E ali me protegi dos tiros dados a esmo, que mais me despertavam
o interesse de conhecer, assim que amanhecesse quem eram estes
(os quais) Até mesmo os próprios lobos alertavam.


─CAPÍTULO II  (A tribo de Cã )

O dia tarda a se iniciar,
um obstinado ciclo se deleita a espera do nascer do sol.
Aurora lentamente se escondia, por essa estrada
bem acima de minha cabeça.
Como se n'outros tempos um rio profundo e seus regatos
estivessem vividos por aqui.
E eu deveria seguir por esse leito,
por imposição do meu instinto.

Até que de longe, não antes que o arredio Sagaz
pude escutar o choro engatinhado de uma criança,
perdida e sozinha ao lado das sobras mortais de um lobo.

A envolvi em um manto de peles de ovelhas que trazia comigo,
e prossegui a viagem, buscando encontrar por seus pais.

Numa torre de pedras empilhadas, a fiel escultura de uma mesa suspensa
se exibia como um escudo na ponta de uma lança.
 Em sua volta pude avistar fumaças pardas,
que asseguravam-me que este lugar era habitado.

Dali mesmo alcei cordialmente um grito.
__Venho em paz!!!
"E trago comigo uma criança, que sozinha
e assustada encontrei!"

Logo me vi cercado por ruídos de pequenas pedras
que se desprendiam nos relevos a minha volta.
Eram nítidas silhuetas que se aproximavam por todos os lados
e em silencio me observavam do alto, como se estivessem
petrificados, e fizessem parte das rochas .

Até que uma troglodesta e horrenda figura
veio vindo em minha direção,
(Lembrei-me de vários momentos)
dos quais desejei, que não passassem de um sonho.
 Estes desejos nunca se realizam!

-Somos a tribo de Cã, filhos da alva imersa!
"Da linhagem banida do poente."
"Quem és? Que sondas e perturbas nosso intrépido lagar?
 

-Eu sou Lêonth, das terras debandadas,
um dos filhos de Sincôlts o déspota nômade das terras do leste  
e dentre eles o seu primeiro disperso.
-Há mim apenas afronto, passar-te-ia despercebido
senão fosses por essa criança.

'Lanças e arcos foram apontados em minha direção
e vozerios se formaram dizendo;
"Ele está com a alma  do lobo profano!"
__E deve ser morto agora!' 

-Não mais criança és!
Agora que grunhes forte e amedrontas!
E não somente a disforme turba se calava.
Mas como sombras todos  eles se dissipavam.

E meus olhos viram-te metamorfose
crescendo até que se transformasses em uma besta alada.
Que devolvias a lenda o mito, e o germe a sua origem.
E a tribo dos Cãs nunca mais pôde ser apagada.

Bravejas grandes asas, insólito surge suspenso
"ouviram-na" tua voz, e arregaçaram-a-ti passagens pelo tempo.
"Disparate!" Meu juízo sã, entornas da sábia loucura o medo afã.

Chegastes? A ouvi-la em céu inteiro?
Como tremes a cerne, gemes a carne que está alcança.
____T'Wonder acalma-te foi completado! 
"Tens a voz formosa, aquela que o destino encerra,
crava-me n'ste olvido de todas até a ultima das minhas lembranças." 


  ─CAPÍTULO III  (O primeiro atro de  Elizia)

Deleita-te de rumas estranho, destras ínsulas
a par d'ste limbo ofegante agouro se quebra.
Meu primeiro rei, rege o orto que amo
   Teu sucessor Férês, trouxe à daga que brilha
e cravará-na em teu peito, para o nascer dessas trevas
Meu rei não bebes mais da alva em seu cântaro.

Porque pedistes-me "Oh Deusa Púrpura?
-Dê-me este teu filho! E poupar-vos ei!"
Entre crepúsculos trancastes  no fundo do mar,
aquele que seria meu ultimo horizonte.
Lembras tu da pedra elevada por onde sombras se desvanecem?
Chegando-ti a mim não mas és andarilho, d'onde outrora vens
Negado-a-ti foi o voltar d'áquem.

(___'Agracia-me o medo de partir, nem meus próprios sonhos creram
que eu estava ali! Tão eterna voz minh'alma pudera ouvir,
como pôde o céu encerra-la? Como poderia eu nega-la?)
 
Houve d'antes "Afago o Liminar,  
e dos resquícios de Mica, a luz enturvecida
   Concebia a tribo dos Cãs a luz do luar

 Dissipos foram à corja, para reterem o sangue,
que se arrastavam sobre a terra embebecida! 
O pacto encerrado foi, imortais não serão sem as almas
Apartai-a! E a estes o desterro! E ao filho o concilio que tange
Até que de mortes não se busque a vida, e um coração
tão livre até ela traga, a fera que pela noite range.


─CAPÍTULO IV  (O segundo Atro de Elizia)

(Elizia)
___Traga me um novo rei! De cuja fronte anseia o livre
E no peito o forte escudo
Alfombra lastra, em densa relva
nunca chegue aos teus artelhos

(T'Wonder)
___Tens aqui o disperso leão!
Quê das covas se afastou
Tens de estigma o brasão
E do reino o maior ardor

(Leônth)
___Não conheço dos muros
O limite! Nem em torres o findo horizonte.
Até quê em ti me encontrei
peço-te minha rainha
  Em teu crepúsculo, ser o último a conhecer por longe.

(O oráculo) Ultimo Atro de Elizia

Pôr uma vida se abrirá a alva
E das fendas obstinas
Cairá a luz em cada alma
Concebendo a semente
A maldição termina.


─CAPÍTULO V (O Paraíso de Elizia)

Quem pode contar os dias?
Apenas a lua rege este céu!
  E o calor despertado de um vulcão
Toda, sua superfície aquece.
Ermo fervente, o sol de ti se esquecia.
De tua pele púrpura envolto véu.
A tua volta amada Elizia,
os rebentos mortos, floresciam.

A caminho de um luar sem fim
Por teu amor me entreguei
Amar-te em eterno porvir
Ser-te-ei teu eterno rei.

Nas estações das noites
Rosas negras brotam das crateras
Quê lembranças de outrora terei?
Destes-me Ó céus, Tua rainha e  Quimera!

E hoje tenho-na entre desejos nossos.
Fomos a pedra a rolar pelas montanhas.
O lume ateado nos campos.
E o luar quê infinito desagua.

Dessa entrega o fim do encanto
Enquanto a amava
Concebia em teu ventre
Dá profecia o anunciado filho.

Com a luz minha amada dormia
E deste céu, a lua se afastava
E em teu paraíso
veio o fim n'alva que amanhecia.
Enquanto recuso meus olhos fechavam
 ─CAPÍTULO VI (Uma criança e um Mortal)

Uma criatura grotesca
Na porta de uma tenda 'ouço-na retumbar
após um breve gongo!'

-Ele acordou!!
Ande estou? Incrédulo do fim
eu me encontrava.
-Há alguns meses o encontramos,  quase sem vida, abraçado ao teu filho!
Entre o covil dos lobos, e o despenhadeiro
dos Atros!

___Màs que filho!?!
"Então correram de meus olhos
o pranto âmago que me fizeram sentir
a falta de Elizie."

___Como se me recompensasse por menor castigo,
trago-na em certezas que a tive, em nosso filho.

"Os Cãs são albinos, que se ocultam da luz
e se misturam entre as feras, cobertos por seus casacos
tecidos das mesmas sendo mortas!
E fora a este povo que honrei ao escolher o nome de meu filho!"
Príncipe Albur, e todos os Cãs o amavam.

...E assim se confirmou o seu cetro, após dezesseis primaveras,
casou-se com a princesa Idhuna, e a tribo dos Cãs foi perpetuada
se fortalecendo a cada geração. Nas altas planícies
a terra foi cultivada e houve concilio de paz entre o Lobo e o Leão.  

Deixar-te-ei filho meu
e seguirei por essa senda!
Até que de todo me conforte Deus
tendo em mim,alma que não se arrependa.


─CAPÍTULO VII (Brumas que sussurram)


Latão dourado, ventura pelo alvor do oriente
vasto se perde o escurecer inerente,
concedendo lugar ao rosado véu.
E faminto o sol se aproxima. Devo partir!

Deixo pra trás, fogueiras, cinzas e brasas
chamas apagadas que nunca me aqueceram.
Minha estigma segue martirizada, por quais
meus anseios se renderam.  Voltar a ti
somente, me importa agora.

Por semanas busquei o fim dessas cadeias,
estreito passo, Sagaz sente o cheiro das relvas
e me cobre a visão os verdes campos.
Deste solo sagrada clareira , sente se a lacuna
deste tão ralo vão.

Aqui me acamparei  nos próximos dias.
 A meio som, entre o silencio e o rumor das aguas
d'uma cachoeira bem no meio do descampado agreste
Inculto e quase sem alma me acomodei.

Na manhã primeira, a nuvem formada
antes de conhecer o céu, confundia toda essa terra.
E nem  mesmo o arco de cores por ela atravessava.
Dormitavam as flores, pela presença da luz
enquanto banhava-se de orvalhos a primavera.

Uma coisa nova acontecia bem diante do meu olhar 
 das brumas oscilantes que entre os firmamentos se dividia
Vi-te semblante fosco entre o turvo silêncio se ocultar.

-Destes-me a loucura e depois me ceifastes a razão para viver!
Aves silvam, silhuetas aterradas vejo
o horizonte por alguns instantes inexiste
e o arcanjo sola o fiel arpejo.

Até que o sol, a muralha rompe
e raios caminhem pelo chão e luz se una a luz.
Devolvendo a este céu, a grandeza d'um implícito monge.
E novamente eu volte a sofrer o enfado da minha cruz.

N'outros tempos eu vi-te abrir a minha frente
mas brotaste vazio como o ultimo tenro
olhar frágil  d'uma Deusa morta.

"O calvário d'outrora eras, mais valente."

  (Sempre quis me sentir sozinho)
 Mas nunca tamanha distancia de ti.

-Saio a caça! Ao leste avisto boreal, a floresta
que contorna é um arco, é teus ciprestes imitam a flechas.
Uma raposa branca do olhar celeste, me segue ao longe,
para a mesma oculto a cova, que se mistura ao caminho.

Me misturo as raízes que se entrelaçam as  opulentas arvores ,
(na espera, mora o segredo e no segredo morre o silencio)
E na verdade há, plenitude de todo desejo

Até que, ouço teu cair na armadilha, e vou, a ceifar-te a vida.
Dois rubis topázio é o que encontro, desta fera covil
vazio nada tens a me oferecer. Apenas pedras opacas
quais levo em meu alforje.

Destes-me da áurea a fortaleza, e rios de sorte vieram me encontrar
já é noite no misterioso vale. Tão feroz que treme aos olhos
o clarão da luz do mais intenso luar.

Não és o suficiente penumbra! Para esconder-me
as silhuetas que veem desta neblina.
Cantar me entristece, quando estou sozinho
e por ouvir minha dor uma centena delas se aproxima.

 No conforto de tua brisa, meu corpo todo se acalma
da fantasma tribo indígena queimada após a colheita.
Tuas mulheres vagam entre o ocaso e a alva.

___(Me pareces que és tu, dentre estas a eleita?
Ao tocar-me brilha o topázio, e meu corpo
se torna teu)....  
 
 Cantos de jubilo, nascem em terras malditas.
O alarido das que choravam, são gritos de uma estranha dança.

-Conduziram-me ao meio da floresta que contorna o arco,
e aos pés do cipreste da mais rígida lança!
Junta-a mim fomos lançados ao alto. 
E um brando sussurro desperta a bruma
que oculta todo aquele descampado. 


 ─CAPÍTULO VIII (O paraíso de Lêonth)

 A magia deste encanto, e a espada que  corta
Vida suspensa entre acalantos
quando desperto, já não encontro mais o caminho
deste lugar me aterrorizo como se desse não houvesse volta.

____'Aonde estou?' (O universo se contrai
quando ouve a minha voz)

E de teu ventre caem estrelas que
vão se alinhando em um infinito renque.
Tuneis do éden, corredores da vida
me admiro de tudo. O que me cerca.

A raposa branca está cega e pela umbra esvaindo!
E de teu uivo turba-se a densidão das trevas

Sagaz ganhou asas, e brilha n'ste céu revolto.
-Sagaz se podes, consente! Estamos mortos?

Retumbante corcel relincha, e no suspenso céu
a grande estrela desperta. E o dia se faz de servo.
Curva-ti como se venerasse me teu rei,
e se abaixa para que eu possa monta-lo!

Deste ínfimo mortal, a grandiosidade do reino
sem fim.
-(o que queres tu me mostrar meu amigo)

E por quantos milhões de caminhos cruzamos
até que se chegasse ali...

Os lagos descortinados, são finos véus!
Tudo que me faz falta reflete em suas aguas
mas ai de mim! Que tão fundo não desce
Sagaz com tuas fortes asas! 

De que me serves a dádiva se me reténs o dom?  -Ó céus!!!



 ─CAPÍTULO IX
(Elegia)
O Afã de Lêonth chega aos ouvidos de Elizia 


Dói-me! Não como a dor cuja morte, a conforta
mas longeva tristeza parca, que aos poucos destrói-me a vida,
ser vivo d'uma alma lânguida e morta.

 Veemente vejo,da nívea o albor pr'onde deveria voltar
màs ávido se fecha, o desejo qual me atenho
é reflexo d'uma flor sob a superfície do mar
raios de luz em estreitas brechas

Adeus, pra quem existes!?? Para apartar a noite e o dia?
 Utopias são lugares prantos e habitadas por dores
 Elizia! Se não tê-la aqui, q'se encerre essa quimera
é me guardes sortuno, entre as raízes das flores!

Por que me trouxestes há lugar tão distante?
 Basta, a essa vida o quinhão mortal 
sem que deste lado, exista-me ela
não me existe amor o bastante.

Que mau tenho cometido? Para ser confrontado!
Se injusto fui recompensado, concedes-me um ultimo arguido.

Se pudesse hoje ser atendido por ti Ó céus!!!
Um rei insigne vaga ao léu,
"teve este o fim  que não merece"

Meu nome é Lêonth, homem cuja tristeza não tem fim.

(Lêonth chora)

Seus cabelos cobrem-lhe a fronte ocultando-lhe o rosto
do afã de Lêonth brota o fogo que consome as vinhas
rios vermelhos ardem, o fervente mosto
 cambaleia a torre forte, se no mais alto monte, se sentir sozinha.

Nenhum paraíso é pleno, se desabitado for,
 e nele se encontrar sozinho o homem sem o seu amor.

Lágrimas não caem, são empurradas até os olhos
e de lá são arrastadas para fora.

E quando elas se entregam, descobrem-se sozinhas 
e da face estremecida, se despedem
e logo desabam, por um ultimo caminho

Elizia... Estrela ofuscante, que se oculta no universo
Hoje ouvistes a voz de teu amado?
Desperta-te ao que por ti está imerso...


Os lagos descortinados, são finos véus que refletem tudo
que nos tem faltado.

Na superfície das aguas, Lêonth pôde enchergar
o amor daquela que ama si levantar....
Montou nos ventos como se estes  fossem suas asas
Elizia estava lá, onde outrora fora a sua casa.


  ─CAPÍTULO X  ( Á caminho das altas sendas)

Elizia filha de Ondomnet  D'tálbûr
( Interventor do exílio dos Cãs)

"Foges filha! Seguindo o teu coração!?
―Neste, meu pai está a minha vida!
(E parte sozinha
como se alguém tomasse-lhe pelas mãos.)
 
  É meio dia é o sol a impede olhar para cima,
d'onde sabes que alguém a observa,
e podia ouvi-lo nas horas mais calmas do dia .

 No caminho dos candeeiros, viu a luz da noite se apagar,
nos campos de trigos viu o insistir de uma fonte
pouco a pouco em um grande rio se transformar.

Já cansada pela solidão do tempo
subiu na alta montanha de frente com a chegada do sol.
É ali mesmo se entregou, dizendo não saber mais o que procurar.

Deitou sua cabeça sobre uma pedra, e procurou por ele
―Aonde ele está?
E a noite veio sem que ela percebesse
porque não havia separações de dias ou noites diante dela
naquele lugar. Jurava estar sonhando, por se sentir bem
deitada ali, nada mais a importava, nem mesmo viver
sozinha daquém.

Mas estava ela bem perto, de ver se cumprir
o que tanto a incomodava.
Lêonth estava ali, mas ela de nada se lembrava.

Nem sequer de outrora prisão em um paraíso
nem mesmo, daquele coração que a transformara em um brilho.

Lêonth então se desesperou, montou em Sagaz
e contra um dos lagos descortinados se lançou.


─CAPÍTULO XI (O despertar de Lêonth)


Ao abrir os olhos, viu Sagaz deitado ao seu lado,
sobre a encharcada alfombra que cobria todo o vale.

Mesmo estando cercado pelo denso nevoeiro,
se alegrou muito, em saber que havia voltado,
se é que sairá mesmo dali algum dia.
O vento se dividia entre a floresta de araucárias e ciprestes,
e seus sons se multiplicavam a cruzarem o arco,
e seus uivos são ouvidos com branda melancolia,
e as brumas repetem-nos silenciosos em sua nostalgia.

Quiseras tudo que aconteceu ali se apagar,
mas não antes que se confirmasse a magia.

"Vi entre as brumas uma centena de vultos desaparecendo ao longe.
Cantar me entristece, elas ouviram os meus fados
entre minhas outrora's tristezas elas também se esvaecem."

O sol enxugava toda a planície e pouco a pouco o céu se limpava.  
   Como se fosses partes deste céu,
aquele sonho que de sua mémoria não se apaga.

A montanha de frente para o nascer do sol
estava apenas no tempo de duas aroras a sua frente.

―Sagaz! Velho é bom companheiro já sabes pra onde vamos!!!
Ele se curva, para servir, o teu nobre rei,
e em seu instinto para a grande montanha aponta
o destino os trouxe de volta, mas conservará-lhes as lembranças.



─CAPÍTULO XI  (Monte Lúgubre)

 Elizia mora em ti a beleza, que tão de perto observa-te o céu
este não resiste ver em ti tamanha dor,
que devolve-lhe a lembrança que castigara o teu amor.

Elizia novamente reviveu o seu passado, e se lembrou
da batalha dos Cãs e de seu povo massacrado
viu sei rei ser morto por traição, viu quando levarem seu filho
e isolarem-na, na redenção de um paraíso.

E se lembrará, de tudo passado,
dá maldição que fora quebrada
e a tribo dos Cãs sendo restaurada.
Mas apenas os que morreram,
não haveria mais de vê-los retornados.

Se lembrou do homem que a conheceu no desterro
e de quando partira, de seus olhos solitário o desespero.
E chorou a saudade de seu filho, fruto do seu ultimo amor.

E, agora não conseguia mais encontra-los...
(Por essa dor) Elizia se recusara a lutar, e se recusava a acordar.


─CAPÍTULO XII (O paraíso daquém )

Encontra-la ali, no alto daquela montanha
trouxe-me de volta a vida.
Mas estavas tão frágil! Tomei-a em meu colo. (Minha querida!)
E como tive o desejo de beija-la a beijei
e ao teu corpo quase sem vida me abracei.

Pedi aos céus que a devolvessem-na a mim
ou me levasse junto a ti. Do interior da montanha
o fogo adormecido foi despertado. O céu azul, acima
de nossas cabeças, foi encarcerado,
e tudo a nossa volta estremecia! Obscuro mausoléu
se preparava... Levem me junto a ti, neste ultimo dia!

Começou a chover, e toda o vale há nossa volta
se preparava, o respeito corteja o luto.
Minhas lágrimas existiram pela ultima vez,
não conseguiria mais prantear por ti amada.

Os rumores da montanha então se  calaram,
em noite as nuvens oponentes, dias turvos transbordaram...

As horas deixaram de existir para nós,
e num silencio gélido, as rosas negras despertaram,
e as pequenas crateras, deste abismo fecharam 
até que! ...A solidão entre nós se desfez.

Lêonth! Ouço-a,
tão eterna é tua voz aos meus ouvidos
que trazes de volta o alvor para mim.
Já havia passado um dia e uma noite, e ao amanhecer
o céu escuro e as densas nuvens foram dissipados.

Agora vejo-a tão intensa em meus braços
que não me contenho! A nossa sina chegou ao fim.
Somos as pedras que rolam pela montanha,
e o orvalho que cobre as folhas.
 E um bando de aves Silvas
dez por seis, nos acompanham.

Ouçam-nas
...

 Continuações
 
─CAPÍTULO XIII () antepenúltimo

─CAPÍTULO XIV ( ) penúltimo 

_CAPÍTULO XV () ultimo.

Fim.




...



 
Grato pela tua presença e leitura.



(Lourisvaldo Lopes da Silva)

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