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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016



Diligente afã

Guardião de uma noite tempestuosa
 que se condensa, brotando em seu olhar.
 Jardineiro que cultiva, uma multidão de rosas
na superfície bravia, do revolto mar.

Imóvel arquejo q'insistente suspira
deu tão pura tu'alma, d'entre desejos lampejada.
Rubores ensejantes, cuja face inflamada
 trazes do sol o ardor, na densa lâmpada dos turvos dias.
 
Pai gestante de infinitos filhos
Amante d'incontavéis amores
Cujo coração pertence às mulheres
e d'ste sentias contrações e dores. 

Ao desvelo concebido se entregava
para tê-la cristalina em teu regato.
Poeta na solidão dos belos fados,
foi por ti singela! Que eu tanto procurava.
  
Sobes pela encosta íngreme
de tão bondoso rio.
Mas vens pela superfície
para aquecer-me, do corpo
   submerso, o frio. 

Se não houvesse calejadas mãos
que salientam da efêmera lida, o desejado dia.
A ti novos versos n'sta nascente, não encontraria
[Meu amor]
se tecido afã, não cobrisse o meu coração,
[o que seria de mim sem essa dor?]

Não chores! Ao me encontrares aos prantos
Não mô impeças o completo rogo
do amor, que em ti me devora!

Fiz da dor, os poemas que eu canto
e os trovões que estremecem lá fora
partem d'ste coração que arde como o fogo!


(Lourisvaldo Lopes da Silva) 








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