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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Cabana desolada



Tombastes ao chão, ao meio dia
Sozinha triste oculta a velha palhoça
 O velo sem luz que ali se perdia
Perene adormeces; "E não há, volta!"

Na ternura morava a sua dor
  Anjo meigo de destino roubado
"Sutura estas chagas! Amar é mesmo amor."
 Em segredo sofre, o sonho quando errado

   Na varanda, o sol da manha se divertia
Misturava-se o teu cheiro com às lavandas, 
e teu vestido com as finas sombras das romãzeiras
Tão bela singela,  tão fresca alegria
 Como se fosses tu, do dia, a luz primeira!

Me recordo (em sonhos) Sinto saudade
Sinto medo (em sonho) eu roubo
Seu inda quente, ultimo beijo    
No calor do sol, no meio daquela tarde 
Escuro brilha o sol quando de ti me recordo

"Não sabia juro eu,  por teu amor" 
Q''inda novo, tão forte crescia
Levastes-de de mim ó Deus, a vida dessa flor
Em meus braços seu ultimo suspiro se despedia

Como se curva a arvore 
Para ver a sombra passar
Deitei-me sobre ela, 
como a alfombra, que os campos invadem
Em um outro dia voltaria a primavera
A cercar a antiga palhoça
apenas ela, aqui não volta...
 O som de sua voz se escutar

Tem destinos que são mesmo sorte
Outros são penas, de lastimáveis dor
 Conheci-a, como seu ultimo amor
Por volta do meio dia, pouco antes da sua morte

 Ainda pude sentir seu ultimo carinho
Mãos frágeis despedindo de um único abraço
Ali mesmo a chorei, 
como a ave triste em desolado ninho 
 Quando disseram-me, de teus poucos dias,
Amor prematuro me deixastes, sozinho!
 Ao meu lado como desejava,
seu ultimo sonho ela sonhava, 
e ao mesmo tempo de mim se despedia.



  
 

 (Lourisvaldo Lopes da Silva)

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