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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Cardeal Malungo




II
(A busca pela inspiração)

Trilha nas pedras mais duras
A dor cruel severa o caminho
O ávido ousa embebecido 
Anseios nunca sejam-te tortura
a Sórdida cuja solidão, acalenta o sozinho
O Lúcido sábio, é o louco desconhecido

Mamanbaga precede sozinha
Prostíbulos desabitados 
O feitor desconsolado caminha
Na lápide d'teu rosto escondes
O passado que ela não tinha

O graal amortecido levanta
Malungo irmão meu!!!
Cujo olhar sedento à luz branca
E pede a Deus;

Da massa volumosa viçosos "frutos!"
Corpos mortos suscitos 
e Senderos que brilham.
A fineza sensível q'provoca a alma.
Evoca a estigma do ser
irreversível! 
 
Eu tenho olhos meu Senhor!!
Mas pouco consigo ver!   
E a estátua gravada na corte brada
"Infame perdulário pingente
Navega na proa!" -O desprezo d'tua barca!

Malungo eleito Cardeal reminiscente
Fere o sino à sinagoga calada.
Aonde soterraram dez'crentes
Inspira-te na fé e descubra-te dos nadas 
 
Não se descobre no corpo a bela mulher
O Homem do futuro aprenderá a ser Poeta!
Transcrevendo a gênese perpetuada
Como a incrédula mão que força a pena.

Escreves então em ti o que vier
À simplórias noivas em luxuosas festas
À mais belas ainda na beira dessa estrada
Se há ambição carnal; -Em tua inspiração,
Ela será de todas a mais pequena!

Um dia vi um homem abarrotar literaturas 
E pelos seus livros fora levado.
Mais adiante vi outro que nada tinha
Mas se recusava ficar calado
Todo os livros que ele tinha
Em seu coração estavam guardados.

Na senda do ego há um manancial
Nele existe um s'pelho'd'agua
A fonte irmão meu, nunca foi tua
Pobre, cego e nu,  parte o mortal
E logo desaparece como a fumaça
Se o manancial deixas livre a correr
Alcançastes, e in'spirada tu'alma flutua.



(Lourisvaldo Lopes da Silva)



Link para o poema  "Cardeal Malungo I"





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